encerrado
12.08.2022 a 24.09.2022
Rua Ferreira Araújo, 625 - Pinheiros Cep: 05428-001 São Paulo - SP | Brasil | São Paulo - Brazil

INTRODUÇÃO

Meu amigo Rodrigo Naves diz que é um privilégio gostar de arte. Endosso. Ser galerista me proporciona o convívio diário com a arte e os artistas e a satisfação de mostrar a criação de todos eles ao público em geral.
Minha história nesse caminho começou com a descoberta e a paixão pela arte dos não eruditos, ainda ditos populares. É um mundo sem fim de surpreendentes descobertas que me emocionam e me levam em todas as direções.
Mas não são somente esses que me dão entusiasmo e alegria. Apreciadora e consumidora de arte (às vezes mais do que deveria...), minha curiosidade sempre me levou na direção de todos os movimentos artísticos. Venho sempre acompanhando e apreciando a boa arte.
Por isso, há alguns anos, em um movimento natural me abri para também trabalhar a arte contemporânea, criada hoje e exibida em galerias, feiras e museus. Jose Bernô, Santidio Pereira, Germana Monte-Mór e André Ricardo são alguns desses artistas.
Nesta exposição a Galeria Estação tem o prazer de apresentar mais um jovem talentoso. Ele é pintor, e através das suas postagens no Instagram, atual ferramenta que proporciona as alegrias das descobertas, o conhecemos e decidimos mostrar a vocês a obra dele, Deni Lantz.
Ivo Mesquita, curador convidado, trabalhou com ele durante meses e pelo convívio no ateliê chegou à seleção das obras aqui apresentadas e ao texto deste catálogo.
Espero que vocês gostem.

Vilma Eid

MAIS INFORMAÇÕES

Com sua primeira exposição na Galeria Estação, Deni mostrou cuidado no aspecto de trazer sua essência para a tela, trazer aquilo que compõe sua personalidade e vivência. Ivo Mesquita (curador da exposição) passou algum tempo no ateliê de Lantz buscando orientá-lo e ao mesmo tempo ter um aprendizado sobre a nova geração, já que Deni tem apenas 29 anos. Esta série de obras foi iniciada logo no começo da pandemia, levando aproximadamente um ano e meio para estar pronta. Em relação ao tema, Ivo menciona a cultura e como a exposição conta uma história que vai tendo seu enredo desenvolvido à medida que as cores vão sendo espalhadas de forma delicada sobre a tela.
Seu procedimento artístico é extremamente interessante, pois, com suas misturas de palhetas, as cores de certa forma "irreais" dão um quê de mistério e trazem uma essência que permite ao expectador pensar, analisar, questionar, se perder e depois questionar de novo, até tirar sua própria dedução, simplesmente porque não existem respostas certas.
Deni tem uma marca clara de pensar durante dias sobre seus trabalhos e fazer alterações de leve, como fizeram grandes artistas do passado. Ele mesmo diz que, para concluir sua tela, deve encontrar uma luz que ainda não havia conhecido, porém sabia que a estava buscando. 
O julgamento perfeccionista não passa por seus pincéis. São diversos traços imperfeitos que trazem um fruto "perfeito", talvez não perfeito, porém excepcionalmente marcante.
Seu trabalho também se fundamenta no espectro musical, principalmente ao redor do samba. É mencionada a variação de ritmos do gênero, como o dedilhado do violão muitas vezes sai do tom, ou o tambor aperece subitamente sobre o grave, o reco-reco entra sem aviso prévio: essa é a beleza desse gênero musical, assim como das obras de Deni.

Pedro Philipp (agosto/22)

curador

Deni Lantz: pinturas
O pintor Deni Lantz gosta de samba. Ou melhor, ele é também músico instrumentista e cantor, de roda de samba e batuque, com apresentações públicas, além de um cidadão com amplo interesse por hortas, agricultura, florestas renováveis. Sim, ele pinta paisagens de observação direta, depois memórias delas e de interiores, quase naturezas-mortas, mas pode-se dizer que sua pintura é abstrata; antes um conceito e uma prática do que um tema narrativo. Daí que, nesse circular entre ambientes diversos, sua produção pictórica pode ser percebida como se uma reflexão profunda sobre a pintura fosse perturbada por uma desordem exterior a ela, e, ao mesmo tempo, o contrário disso, a desordem exterior é que é mitigada na profundidade da reflexão. Para ele a pintura é uma narrativa espiritual indeterminada em camadas de afeto e sentido.
Graduado em artes visuais pela Unicamp, Lantz, na adolescência, frequentou a Casa da Xiclet, espaço alternativo e de artistas emergentes na Vila Madalena, em São Paulo; aprendeu a pintar retratos com Juan José Balzi (1933-2017), quando descobriu Rembrandt e Velásquez, e, posteriormente, já na universidade, aprofundou-se nesta arte e na gravura, trabalhando com Ernesto Bonato (1968). A originalidade do seu trabalho reflete esse trânsito do artista entre o mundo real, sua experiência direta e avassaladora, e um mergulho profundo na materialidade silenciosa das cores, no manuseio solitário dos meios, no gesto obsessivo e na repetição do fazer. A pintura abstrata, por sua vez, dispensa qualquer relação inequívoca entre significante e significado, o que a aproxima de um outro sistema artístico, a música. Não por acaso ambas as disciplinas emprestam vocabulário uma à outra quando falam de ritmo, expressão, gesto, composição, dinâmica, coloratura, tons e linhas, entre outros. A relação entre elas está na origem da obra e do pensamento do primeiro pintor abstrato, Wassily Kandinsky.
O conjunto de trabalhos que constitui esta primeira mostra do artista foi produzido entre 2020 e 2022, isto é, durante a pandemia. Não se pretende com ele, no entanto, um comentário sobre ela, mas sim marcar a circunstância em que se desencadeou o processo de pensar e produzir essas pinturas, o que incluiu sessões de ateliê virtual com Paulo Pasta. Daí a predileção pelos pequenos formatos, favoráveis ao registro rápido e à experimentação, trabalhados como páginas de um diário sempre aberto, com dias inacabados. Com uma paleta baseada no branco, verde, escarlate e azul – pastosos ou liquefeitos em cera, puros ou sujos como bad painting –, as telas se alinharam na parede do estúdio como folhas arrancadas de um calendário improvável, uma vez que se redesenhava não apenas pelas novas telas que surgiam a cada dia, mas sobretudo por aquelas de dias passados retrabalhadas como um novo presente.
Uma cumbuca, entre outros apetrechos similares e diversos nas mesas do ateliê, de repente, destacava sobre o plano uma forma e suas sombras. A extensa serie das Cumbucas, quase sempre em formatos quadrados, tinta e cera e trabalhadas com espátula e pincéis curtos e duros, liga o vazio entre representação e abstração por meio de uma simplificação de formas e cores tendendo ao monocromo, mas com intensidades diferentes que vão da transparência opaca, como nas aquarelas, até uma saturação do plano com sucessivas camadas de pintura e procedimentos que selam tudo abaixo na superfície texturada como um improviso musical. A individualidade de cada uma das imagens reside no amplo leque de atmosferas que desvelam: ásperas, oníricas, sujas, elegantes, irônicas, leves, profundas. Constituem-se como uma écriture: a pintura como um signo que fala da sua constituição material – forma, cor e gesto (escrita) – para a integração sintática da imagem como um todo. O que também pode ser percebido em outra série, Drink, onde uma ideia de copo marca limites entre gestos diversos com o pincel e a cor, flutuando entre abstração total de pinceladas e matéria e a sugestão visual de alguma coisa familiar ou recordada. Lantz não procura algo na pintura, mas em vez disso espera que algo seja encontrado lá.
Outra referência importante nas ruminações pictóricas do artista também pode ser vista no estúdio: uma mesa e a sombra diagonal dos seus pés. Embora essas linhas apareçam em diferentes tamanhos, elas são mais perceptíveis nos formatos maiores, pois estruturam os planos que recebem mais ou menos quantidade de matéria pictórica e determinam o ritmo, a intensidade e a extensão do gesto do artista com o pincel em cada uma das partes, como pode ser visto, por exemplo, nas evocativas e monocromáticas Sem título (paisagem laranja) e Sem título (paisagem rosa).
Mas é o monocromo, o idioma da arte contemporânea, na sua interpretação dele e da tradição que representa na pintura moderna, que Lantz parece ter como questão privilegiada pela sua prática. Por certo não lida com a pureza e o essencialismo dos mestres como Rothko, nem com o cinismo industrial e libertador de Warhol. Ele constrói o seu. São superfícies feitas de muitas camadas sobrepostas de gestos, pentimentos, apagamentos, nuançado, numa superfície densa como o Sem título (magenta). Ou então como em Pérolas, calos das conchas I e II, ambos cobertos por um branco saturado, tátil e movimentado como a formação de nuvens, entre opaco e luminoso. Lantz aposta na exploração física da pintura, na sensação visual entregue pela cor.
Em alguns trabalhos Lantz põe em jogo a fisicalidade da pintura como um objeto ao mesmo tempo que uma imagem, enfatizando a sua gestalt à maneira dos minimalistas. Ele estende a pintura para as laterais da tela. Essa espécie de terra de ninguém, deixada de lado, quase sempre descartada pelos artistas e cobertas por molduras, serve para ele acentuar a materialidade e a autonomia do objeto, assim como problematizar sua relação com a parede e a primazia do olhar frontal na pintura, pois obriga o observador a deslocar-se para uma visão diagonal do plano pictórico. Como se o trabalho reagisse mais intensamente à parede que trabalhos confinados em uma moldura. Daí que na exposição trabalhos com ou sem moldura são uma decisão do artista. Trata-se de responsabilidade estética.
O artista e pintor português Julião Sarmento, falecido no ano passado, disse certa vez em uma entrevista: “Então, a pintura está morta?! Tudo bem. Isto quer dizer que podemos fazer o que quisermos”. A fotografia, o cinema, a instalação ou qualquer outro meio não mataram a pintura; tampouco a arte conceitual e a crítica institucional a enterraram. A pintura persiste a despeito e por causa da sua longa história, algo tão rico, complexo e sempre cativante. Ela é parte do mundo real. Como a música e a paisagem.
Ah, em tempo, junto com a primeira exposição do Deni veio também à luz o Tom, o primeiro filho do artista. Alegria, alegria.

Ivo Mesquita

RELEASE

GALERIA ESTAÇÃO REALIZA A PRIMEIRA MOSTRA INDIVIDUAL DE DENI LANTZ
Entre 12 de agosto e 24 de setembro, exposição reúne cerca de 50 pinturas que transitam no limite sutil entre o figurativo e o abstrato sob a curadoria de Ivo Mesquita

O olhar atento e curioso da galerista Vilma Eid sempre surpreende por suas descobertas. Apreciadora e consumidora de arte, ela observa, de forma contínua, todas as correntes artísticas. “Há alguns anos, em um movimento natural, me abri para também trabalhar a arte contemporânea, criada hoje e exibida em galerias, feiras e museus. Nesta exposição temos o prazer de apresentar mais um jovem talentoso, Deni Lantz. Por meio de suas postagens no Instagram, o conhecemos e decidimos trazer a público sua obra”, afirma a proprietária da Galeria Estação. O jornalista e mestre em História da Arte Ivo Mesquita, que trabalhou com o pintor durante meses em seu ateliê, foi convidado por Vilma para assinar a curadoria das obras reunidas nesta primeira individual do artista.
“Deni Lantz: Pinturas”, a mostra que se instala no espaço cultural de Pinheiros a partir de 12 de agosto e ficará em cartaz até 24 de setembro, acolhe uma série de pinturas produzidas entre 2020 e 2022, as quais, de acordo com Mesquita, expressam a originalidade do trabalho de Lantz. “Essa característica reflete o trânsito do artista entre o mundo real, sua experiência direta e avassaladora, e um mergulho profundo na materialidade silenciosa das cores, no manuseio solitário dos meios, no gesto obsessivo e na repetição do fazer”, diz. Ainda de acordo com o curador, exprimir-se pela arte abstrata dispensa qualquer relação inequívoca entre significante e significado, fator que, segundo Mesquita, a aproxima de um outro sistema artístico: a música. “Não por acaso, ambas as disciplinas emprestam vocabulário uma à outra quando falam de ritmo, expressão, gesto, composição, dinâmica, coloratura, tons e linhas, entre outros”, contextualiza.

Memórias, abstração e monocromo
Nas palavras do próprio pintor, suas pinturas evocam memórias e ecos do mundo real, objetos e motivos que elege para habitar o limite sutil entre o figurativo e o abstrato. De acordo com Lantz, a fatura tem papel central em sua prática de pintura. Entre pentimentos, sobreposições, ora com pinceladas mais empastadas, múltiplas camadas de tinta, ora mais rápidas e superficiais, explora diferentes formas de colocar a tinta na tela e revelar ou velar os motivos que tensionam suas composições.
Com trânsito na abstração e no monocromo mais fluido do que na natureza-morta ou na paisagem, a materialidade de suas pinturas torna-se mais protagonista do que os temas escolhidos. Nesse sentido, a cera de abelha é um importante material para o artista, uma vez que concede transparência, empasto e fosqueamento a um só tempo; já os pincéis, curtos e duros, depositam e retiram a tinta ao mesmo tempo. Para ele, em seu ofício, o como pintar e o que pintar são partes da mesma pergunta.
Sobre sua estreia com uma individual na Galeria Estação, Lantz afirma que, apesar de trabalhar com pintura há vários anos, esta exposição reúne obras mais maduras, frutos de um período mais recente, que se mostraram mais concisas nos últimos dois anos e meio. “Eu e Ivo conseguimos reunir um conjunto bem significativo do momento dessa pintura. Pelo fato de eu estar mais maduro, isso permitiu me sentir também mais animado em mostrar esses trabalhos. E esta exposição, para mim, significa o começo de uma longa trajetória nas artes plásticas, o nascimento de um corpo de trabalho que, acredito, vai durar a vida toda”, afirma. Ele acrescenta que não poderia deixar de mencionar que, no ano em que faz sua primeira individual, também nasceu seu primeiro filho, o Tom. “Dois acontecimentos que chegam para se somar à minha trajetória pessoal e profissional, coroando esse momento. Uma mudança muito intensa e gratificante que me fez crescer muito como artista e como indivíduo”, diz.
Hoje, ao rever as pinturas selecionadas para a Galeria Estação, Mesquita afirma que a individualidade de cada uma das imagens reside em um amplo leque de atmosferas, do áspero ao onírico, das elegantes às irônicas, das leves às mais densas. “Constituem-se como uma écriture, a pintura como um signo que fala da sua constituição material – forma, cor e gesto (escrita) – para a integração sintática da imagem como um todo”, avalia. Indo além, o mestre divaga: “Lantz não procura algo na pintura, mas, em vez disso, espera que algo seja encontrado lá”.
A exemplo de outras exposições que acolhe, a Galeria Estação promoverá, em 20/9, às 19h, um bate-papo presencial entre o pintor Paulo Pasta, o curador Ivo Mesquita e Deni Lentz. Com entrada gratuita, o evento terá transmissão ao vivo pelo canal da galeria no Youtube (https://bit.ly/geyoutube22).

SOBRE DENI LANTZ
Nasceu em 1993 em São Paulo, onde vive e trabalha. Graduado em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), frequentou e expôs em diversas mostras na Casa da Xiclet Galeria, na capital paulista. Aos 13 anos de idade, estudou pintura com o artista argentino Juan José Balzi (1933-2017) e, posteriormente, em 2012, trabalhou como assistente do artista Ernesto Bonato (1968) no Projeto Maré 0.1, como impressor de xilogravuras em grande formato. Também teve, em 2020, o acompanhamento do artista Paulo Pasta. Com participação em cerca de dez mostras coletivas, em 2016 fez residência artística em Havana (Cuba).

SOBRE IVO MESQUITA
Formado em Jornalismo (1972) e com bacharelado em História da Arte (1975) pela Universidade de São Paulo. Atuou como diretor artístico da Pinacoteca do Estado (2012-2015) e como curador-chefe do mesmo museu de 2002 a 2012. Também foi curador-chefe da 28ª Bienal de São Paulo (2008), e diretor artístico do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM (1999-2002). Como curador, organizou exposições em museus da Espanha, Portugal, México, Estados Unidos e Canadá. Por mais de uma década foi professor visitante no Centro de Estudo de Curadoria do Bard College, em Nova York, nos Estados Unidos. Vive e trabalha em São Paulo.

SOBRE A GALERIA ESTAÇÃO
Com um acervo entre os pioneiros e mais importantes do país, a Galeria Estação, inaugurada no final de 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, consagrou-se por revelar e promover a produção de arte brasileira não erudita. A sua atuação foi decisiva pela inclusão dessa linguagem no circuito artístico contemporâneo ao editar publicações e realizar exposições individuais e coletivas sob o olhar dos principais curadores e críticos do país. O elenco, que passou a ocupar espaço na mídia especializada, vem conquistando ainda a cena internacional ao participar, entre outras, da exposição Histoire de Voir, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), em 2012, e da Bienal Entre dois Mares – São Paulo | Valencia, na Espanha, em 2007. Emblemática desse desempenho internacional foi a mostra individual Veio – Cícero Alves dos Santos, em Veneza, paralelamente à Bienal de Artes, em 2013. No Brasil, além de individuais e de integrar coletivas prestigiadas, os artistas da galeria têm suas obras em acervos de importantes colecionadores brasileiros e de instituições de grande prestígio e reconhecimento, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo, o Museu Afro Brasil (São Paulo), o Pavilhão das Culturas Brasileiras (São Paulo), o Instituto Itaú Cultural (São Paulo), o Sesc São Paulo, o MAM Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o MAR, na capital fluminense.

(SERVIÇO)
DENI LANTZ: PINTURAS
Quando: 12/8 a 24/9
Onde: Galeria Estação
Endereço: Rua Ferreira Araújo, 625 Pinheiros, São Paulo
Vernissage: 12/8, das 17h às 21h
Bate-papo com Paulo Pasta, Ivo Mesquita e Deni Lantz: 20/9, às 19h, presencial, gratuito e com transmissão ao vivo no Youtube (https://bit.ly/geyoutube22)
Horários de funcionamento da galeria: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 15h; não abre aos domingos
Tel: 11 3813-7253
Email:contato@galeriaestacao.com.br
Site:http://www.galeriaestacao.com.br/
Instagram: @galeriaestacao

TOUR VIRTUAL

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Deni Lantz | Pinturas
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Bate-papo em torno da exposição Deni Lantz - Pinturas
A Galeria Estação convida para um bate-papo em torno da exposição Deni Lantz - Pinturas, com o artis...
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