BIOGRAFIA

José Bernnô (José Norberto de Mattos)

1949 São Paulo, Brasil | 2009 São Paulo, Brasil


Pintor, mecânico e músico. Nasce e vive no bairro do Limão, zona norte de São Paulo. Forma-se técnico em mecânica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e atua também com desenhista de projetos mecânicos. Em torno dos 20 anos de idade, ao trabalhar em uma concessionária de automóveis participante de corridas esportivas, especializa-se na funilaria e pintura desses veículos.

Estuda desenho arquitetônico e trabalha como projetista. Nesse tempo, começa a produzir pinturas figurativas. Monta sua primeira oficina mecânica aproximadamente em 1979, a Onix Import, que se especializa em funilaria, pintura e  personalização de veículos. Ingressa na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, onde se forma em 1987. A partir de 2001, frequenta cursos livres com os pintores Paulo Pasta (1959) e Marco Giannotti (1966). Participa do 30º Salão de Arte de Ribeirão Preto em 2005 e recebe o prêmio de aquisição. Realiza a instalação Torre (2005) com a artista Bruna Costa, no Ateliê 397, em São Paulo. Mantém ateliê de pintura na própria oficina.

Ao requerer serviços para o conserto de seu carro, alguns artistas tomam contato com as pinturas ali expostas e reconhecem nelas uma produção rica esteticamente. Desse encontro resulta sua primeira exposição individual no Estúdio Buck (2008), em São Paulo e, no mesmo ano, o cineasta Pedro Gorski inicia a produção do documentário Bernnô, concluído em 2010. Morto em 2009 vítima de um enfarto, tem exposição póstuma organizada por Rodrigo Naves e Maurício Buck em 2010, na qual são exibidos 40 desenhos inéditos produzidos entre 2008 e 2009.

Comentário crítico
A sobreposição de planos cromáticos nos quadros de José Bernnô estrutura composições concisas e abertas ao espaço, que incitam a sensação de fragmento. Sem rigidez geométrica, seus elementos de construção vêm do próprio cenário urbano. O artista produz inicialmente obras figurativas, entre retratos de amigos e ícones da música. O contato com pintores como Paulo Pasta, Marco Giannotti e abstratos americanos desperta seu interesse pela abstração. Os elementos ligados ao tratamento da fatura ganham então maior relevância em seu trabalho.

A simplicidade da articulação entre formas e cores faz lembrar algumas soluções de Alfredo Volpi (1896-1988), no entanto, sem o mesmo desejo de equilíbrio. Cores mais puras convivem de forma tensa com combinações que se amenizam pelo rebaixamento ou proximidade de matizes. Em Geometria Bamba II (2006), a predominância de vermelhos e amarelos mais intensos não atenua a presença do rosa pálido, que parece não pertencer ao mesmo timbre dos demais.

Bernnô explora um procedimento de origem industrial, a aplicação do esmalte automotivo com o uso de compressor. Utiliza, ao mesmo tempo, tinta a óleo e cera de abelha aplicada com espátula a fim de obter superfícies variadas. Em O Amarelo Tomou Conta áreas foscas, brilhantes e transparentes acentuam as diferenças entre tons semelhantes. Sua pintura possui espaços além da superfície, com sobreposições inspiradas em muros caiados e corroídos. As camadas de cor e os rasgos produzidos pelo uso de fitas adesivas compõem a memória da matéria pictórica, que se torna cheia de tensões e acidentes, em consonância com a visualidade da cidade.

 

Fonte: Enciclopedia Itaú Cultural

CV

Exposições Individuais: 


 


2016 José Bernnô, Galeria Estação, São Paulo, SP, Brasil


2008 Estúdio Buck, São Paulo, Brasil


2006 Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), Ribeirão Preto, Brasil


2005 Oficina ONIX Funilaria e Pintura, São Paulo, Brasil


2004 Oficina de Funilaria e Pintura, Curadoria Pedro Lopes, São Paulo, Brasil


2004 Inaugural Oficina Virgilio. Orientadores: Marco Giannotti, Osmar Pinheiro, São Paulo, Brasil


 


Exposições Coletivas:


 


2021 Bailão de dois, Galeria Estação, São Paulo, SP, Brasil


2020 Dois Josés: Bernnô e Bezerra, Galeria Estação, São Paulo, SP, Brasil


2007 Galeria Virgilio, São Paulo, Brasil


2007 Escola São Paulo, curadoria Juliana Monachesi, São Paulo, Brasil


2007 Museu de Arte de Ribeirão Preto (Centro Empresarial), Ribeirão Preto, Brasil


2007 11º Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo do Campo (Prêmio Aquisição), São Paulo, Brasil


2007 35º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André), São Paulo, Brasil


2006 “Passagem em Permanência” Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, Brasil


2006 11º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, Brasil


2005 30º SARP Museu de Arte de Ribeirão Preto (Prêmio Aquisição), Ribeirão Preto, Brasil


2005 Instalação - Projeto “A Torre”, Ateliê 397, São Paulo, Brasil


2004 Instituto Tomie Ohtake. curadoria Paulo Pasta, São Paulo, Brasil


2004 Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), São Paulo, Brasil


2003 Museu Brasileiro de Escultura, curador Sergio Romagnolo, São Paulo, Brasil


 


 


Coleções Públicas:


 


Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil


Museu de Arte Moderna MAM, São Paulo, SP, Brasil


Belas Artes de SP, Museu de Arte de Ribeirão Preto, João Carlos F. Ferraz, Mario C. Carvalho, Prefeitura de São Bernardo do Campo, SP, Brasil


 


Publicações Selecionadas:


 


2016 Catálogo exposição, "Bernnô”, Galeria Estação, Lis Gráfica, São Paulo, SP, Brasil


 

EXPOSIÇÕES

encerrado

SP Arte 2017

05.04.2017 - 09.04.2017
encerrado

SP Arte 2016

06.04.2016 - 10.04.2016
encerrado

SP Arte 2018

11.04.2018 - 15.04.2018
encerrado
são paulo

José Bernnô

19.05.2016 - 30.06.2016
encerrado
são paulo

Dois Josés: Bernnô e Bezerra

20.11.2020 - 02.12.2020
encerrado

ArtRio 2018

27.09.2018 - 30.09.2018
encerrado
rio de janeiro

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