Madalena Santos Reinbold
1919, Vitória da Conquista - BA / 1977, Petrópolis - RJ
Madalena Santos Reinbolt (Vitória da Conquista, BA, 1919 – Rio de Janeiro, RJ, 1977), embora tenha trabalhado também em pintura, a artista é reconhecida por seus complexos bordados construídos com centenas de vibrantes linhas de cores — os chamados “quadros de lã”. Neles, Reinbolt representou a vida cotidiana no campo e na cidade, repleta de personagens negros: encontros, festas, celebrações, religiosidades, refeições coletivas.
Santos Reinbolt cresceu em uma pequena fazenda com sua família, onde teve seus primeiros contatos com o bordado, a tecelagem, a cerâmica e a pintura ainda na infância. Em 1949, no início da vida adulta, Santos Reinbolt chegou a Petrópolis, onde trabalhou na fazenda Samambaia, residência da arquiteta Lota Macedo Soares (1910-1967) e de sua companheira, a escritora estadunidense Elizabeth Bishop (1911-1979).
Embora conectada desde muito cedo ao exercício criativo, foi somente nos anos 1950 que a artista passou a se dedicar à produção de pinturas, traçando figuras sintéticas com pinceladas expressivas e utilizando suportes frágeis, como papel ou palha, indicando a importância da materialidade em sua produção.
Já no final da década de 1960, Santos Reinbolt inicia a produção de seus singulares e pioneiros “quadros de lã”, realizados com 154 agulhas, em diversas cores, como uma paleta de tinta, que a artista imprime sobre a estopa ou a talagarça. A agulha, em sua prática, torna-se dessa forma um prolongamento da mão, como o pincel na pintura.
A despeito de sua rica e singular produção, Santos Reinbolt produziu às margens dos circuitos tradicionais de arte em seu tempo, e apenas nos últimos anos sua obra começou a despertar mais atenção. Ainda hoje há um grande silêncio dos museus e espaços de arte em relação ao pioneirismo de sua produção, algo que a mostra no MASP espera diminuir, estabelecendo o debate em torno de sua história e contribuição para a arte brasileira.
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Exposições Individuais
2022 "Madalena Santos Reinbolt: Uma cabeça cheia de planetas", MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo - SP, Brasil
Exposições Coletivas:
2024 Mulheres por Mulheres, Galeria Estação, São Paulo - SP, Brasil
2023 REVERSOS & TRANSVERSOS: artistas fora do eixo (e amigos) nas bienais, Galeria Estação, São Paulo – SP, Brasil
2022 Crafting Modernity Design in Latin America, 1940–1980 MoMA, Nova Iorque, EUA
2021-2022 Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros, IIMS - nstituto Moreira Salles, São Paulo – SP, Brasil
2021-2022 3 Frestas, Trienal das Artes, Sesc Sorocaba, Sorocaba – SP, Brasil
2021 Terra e Temperatura, Galeria Almeida e Dale, São Paulo - SP, Brasil
2020 Mulheres na Arte Popular, Galeria Estação, São Paulo - SP, Brasil
2016/1969 A mão do povo brasileiro, MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo - SP, Brasil
2006-2007 Viva Cultura Viva do Povo Brasileiro, Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, São Paulo - SP, Brasil
2000 Arte Popular: Mostra do Redescobrimento, Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, São Paulo - SP, Brasil
1991 A Mata, MAC/USP - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo - SP, Brasil
Coleção Pública:
Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, São Paulo - SP, Brasil
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo - SP, Brasil
Publicações Selecionadas:
2005 Pequeno Dicionário da arte do povo brasileiro século XX, Léila Coelho Frota, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
2000 Arte Popular: Mostra do Redescobrimento, Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, São Paulo – SP, Brasil
1988 A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica/ Emanoel Araújo, Tenenge, São Paulo – SP, Brasil
1978 Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdade e obra, Lélia Coelho Frota, Funarte, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Reversos & Transversos: artistas fora do eixo (e amigos) nas bienais
24.08.2023 - 28.10.2023