A Galeria Estação, em São Paulo, tem à frente Vilma Eid, uma galerista que há 40 anos desempenha um papel crucial na promoção e valorização da arte popular produzida no Brasil. Desde sua fundação, a galeria tem se dedicado a apresentar a diversidade da produção artística de matriz popular, contribuindo significativamente para a formação do olhar de muitas gerações de colecionadores, artistas e do público em geral para a compreensão da riqueza, complexidade e sofisticação dessa produção e de sua centralidade para a compreensão da arte brasileira.
Vilma Eid e a galeria Estação sempre estiveram atentas à arte popular não como busca de essências ou projeções a respeito de autenticidade ou da ideia de ingenuidade, nem como um nicho à parte de uma produção hegemônica, mas sim como um conjunto diverso e não homogêneo de engenhosas soluções artísticas, surgidas da vivência e a criatividade de pessoas que, muitas vezes, não têm acesso aos meios elitistas de formação e circulação. Por meio de exposições cuidadosas, publicações e de programas públicos, sempre registrados no site da galeria, a Galeria Estação estabelece um diálogo permanente entre a arte popular e a sociedade, promovendo a inclusão e a valorização de uma forma de arte que é frequentemente marginalizada. O impacto do trabalho da galeria vai além da exibição de obras; trata-se de um esforço contínuo para assegurar que a arte popular receba o reconhecimento e o respeito que merece, consolidando-se como um elemento vital da arte no Brasil.
A galeria tem sido um espaço de visibilidade e reconhecimento, de revisão e reavaliação das obras de mestres e mestras tais como estes e estas presentes nesta exposição: Agnaldo Manoel dos Santos, Alcides Pereira dos Santos, Antônio Poteiro, Artur Pereira, Aurelino dos Santos, Chico da Silva, Chico Tabibuia, Véio, Conceição Freitas da Silva, Elza de Oliveira Souza, G.T.O., Itamar Julião, Jadir João Egídio, Lorenzato, José Antonio da Silva, Cardosinho, José Bezerra, Júlio Martins da Silva, Madalena Santos Reinbolt, Maria Auxiliadora Silva, Mirian Inêz da Silva Cerqueira, Neves Torres, Nhô Caboclo, Nino e Ranchinho, vinte e cinco dos cinquenta e um artistas representados pela Galeria Estação.
Com essa exposição, a galeria celebra suas criações únicas e também relembra no contexto de Rotas Brasileiras o papel do mercado de arte na construção de um campo artístico plural, inclusivo e diverso.
Como afirma Vilma Eid “A arte popular é um testemunho vivo da cultura de um povo, e é nosso dever não apenas preservar, mas também dar a ela o palco que merece”. Essa visão reflete o compromisso da galeria em oferecer uma plataforma para a valorização e o respeito à arte popular, um compromisso também sustentado por Roberto Eid Philipp, que, certamente, o manterá e ampliará para os próximos 40 anos e além.