Novos tempos, novas mídias.
Assim, estamos nos apresentando na plataforma digital da SP-Arte, uma ideia que acompanha as feiras internacionais, gerando oportunidades para o mercado de arte apresentar seus artistas em tempos de pandemia e distanciamento social.
Selecionamos três artistas para essa apresentação.
Santídio Pereira, o único vivo, com 23 anos, nascido em Curral Comprido, Piauí, desponta na cena nacional e internacional. Apresentamos com exclusividade para a SP-Arte sua mais recente produção, “Morros”.
Com residência e exposição na AnnexB, em Nova York, duas exposições individuais na Galeria Estação, várias coletivas na rede Sesc , uma coletiva na Fondation Cartier, em Paris, TREE (exposição que também irá em junho de 2021 para Shangai, na China), participação no 36° Panorama da Arte Brasileira: Sertão, do MAM, em 2019, obras no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo e na Fondation Cartier pour art contemporain, podemos dizer que a conquista do seu espaço está acontecendo com rapidez.
Seu suporte é o papel e sua mídia, a xilogravura.
Amadeo Luciano Lorenzato, artista mineiro, foi um pintor modernista autodidata que retratou a paisagem e o dia a dia do subúrbio de Belo Horizonte. Nascido em janeiro de 1900, faleceu aos 95 anos na capital mineira. Sua história está ligada à Galeria Estação, já que fomos a primeira galeria paulista a mostrar sua obra no cenário local.
Sucesso da crítica e de público, sua exposição foi sold out, e hoje ele já é reconhecido internacionalmente, tendo havido uma exposição individual sua em 2019 na Galeria londrina David Zwirner e outra na galeria S?2 London (Sotheby’s).
José Antônio da Silva, o terceiro artista selecionado para este projeto, está ligado diretamente às escolhas da minha vida pessoal e profissional.
Sem dúvida o mais importante artista autodidata brasileiro, era considerado por Volpi – que fazia diferença entre artista e pintor (Matisse era pintor...) – um pintor. Volpi, o maior representante da arte brasileira, tinha um Silva em seu ateliê.
Participou de seis Bienais em São Paulo, duas Bienais de Veneza e uma exposição coletiva na Carnegie International, de Pittsburgh, nos Estados Unidos, tendo assim uma carreira nacional e internacional consolidada. Suas obras fazem parte do acervo do MAC, Masp, Pinacoteca de SP, MAM SP, além de importantes coleções particulares.
Natural de Sales de Oliveira, interior do estado de São Paulo, nasce em março de 1909 e falece em São Paulo em 1996, deixando uma ampla fortuna crítica e um legado grandioso de obras de arte.
Seus temas prediletos eram os rurais, embora também pintasse temas urbanos, natureza-morta e temas religiosos, entre outros. Além de pintor era poeta e escritor, tendo deixado alguns livros publicados.
Espero que vocês curtam nossa seleção
Vilma Eid
A SP-Arte tem o prazer de anunciar a primeira edição do SP-Arte Viewing Room – a principal feira de arte da América Latina agora em ambiente virtual!
Entre os dias 24 e 30 de agosto, o público poderá explorar projetos expositivos exclusivos, concebidos por mais de 100 renomadas galerias de arte e design do país e do exterior. Através de uma plataforma arrojada e inteligente, os visitantes podem ler, ouvir e assistir a curiosidades sobre os artistas e as obras exibidas. A possibilidade de solicitar mais informações e começar uma conversa com a galeria estará a apenas um clique!
Além disso, revistas especializadas, projetos especiais e coletivos artísticos estreiam como expositores, aquecendo a programação online do evento. É a oportunidade de ter toda a experiência, diversidade e energia da SP-Arte agora em um novo tipo de imersão!
MORROS – PAISAGENS AFETIVAS
Esta é uma série de morros que venho desenvolvendo já há algum tempo. Os trabalhos são tanto em xilogravura quanto em pintura. A materialidade da cor na gravura é algo que me encanta muito e a materialidade da pintura em papel Hahnemühle é algo distinto de que eu também gosto muito.
No que diz respeito aos procedimentos técnicos, os trabalhos em xilogravura nascem a partir de um debruçamento sobre possíveis jeitos de entender a xilogravura como algoexpandido. Digo isso porque realmente é uma alegria repensar o que é a xilogravura e criar procedimentos que me possibilitem me expressar da melhor forma possível.
No início eu fazia uma xilo como convencionalmente se faz, com o auxílio de goiva e formões para fazer incisões na madeira e a partir disso obter uma matriz que me possibilitasse tirar algumas provas em preto e branco.
Atualmente, penso a gravura de um outro ponto de vista e faço uso de outras áreas do conhecimento para que eu possa desenvolver os trabalhos que me alegram e façam com que eu veja o mundo fora do ritmo da contemporaneidade.
Dou continuidade à série também usando tinta offset – a mesma usada em xilogravura – sobre papel Hahnemühle. É interessante perceber como o trabalho toma um outro aspecto e reverbera de uma maneira distinta quando a tinta é aplicada diretamente sobre o suporte.
Os morros, que tendo a chamar de paisagens, nascem também de minhas vivências a caminho de Santos, Boiçucanga, Santo Antônio do Pinhal ou mesmo das memórias de infância na Caatinga do Nordeste brasileiro.
Santídio Pereira