2024 chegando ao fim. Para nós, da Galeria Estação, este será sempre um ano lembrado com alegria: nossos vinte anos de casa!!!
Passou rápido? Pra quem vê de fora. Para nós, foram anos de muito aprendizado e muitas realizações! Muita luta, muita "briga", mas sobretudo reconhecimento e destaque no mercado da arte, sempre tão competitivo! E isso foi possível porque o caminho foi trilhado em parceria com meu companheiro desde o início, Roberto Eid Philipp, e toda a nossa equipe.
2024 também para mim foi especial! Comemorei quarenta anos como galerista e ganhei a publicação Moderno / Contemporâneo / Popular / Brasileiro – O olhar de Vilma Eid, da editora WMF Martins Fontes, que conta a minha trajetória, mostrando minha coleção particular e a Galeria Estação.
Tem mais. Encerrando o ano, abrimos a exposição Metamorfoses e distâncias. A mostra, que tem como tema o conceito de metamorfose na arte indígena, popular e contemporânea, contará com obras de Tunga, Salmi Lopez, Nuno Ramos, Jandyra Waters, Manuel e Francisco Graciano, José Bezerra, Véio, Artur Pereira, entre outros.
Ao nosso curador convidado, amigo e companheiro desses vinte anos, Lorenzo Mammì, muito obrigada.
Vilma Eid
METAMORFOSES E DISTÂNCIAS
Esta exposição explora duas constantes da arte brasileira, e não apenas a popular: a da transformação ou instabilidade das formas; e a da distância, em dois sentidos: como afastamento ou estranhamento em relação ao espaço representado, ou como construção de formas centrípetas, fechadas, que se isolam do espaço em que são colocadas. Não se trata de duas características estanques, como se cada obra pudesse pertencer apenas a alienação de uma delas. Em muitos casos elas estão presentes simultaneamente, em tensão dialética entre si. Mas a oposição entre elas me pareceu útil para abordar transversalmente de um material de origens e resultados tão variados.
Formas fluidas, transições, ambiguidades são uma constante da arte brasileira, especialmente após a fase concretista. Mais que formas assertivas, muitos artistas privilegiam configurações instáveis que sugerem a passagem de uma forma a outra. Uma leitura já estabelecida defende que isso reflete uma condição não perfeitamente formada, entre nós, do sistema da arte e do espaço público. É plausível. Mas a literatura antropológica recente, ao apontar para a fluidez das distinções entre espécies nas culturas indígenas e para a “inconstância” estrutural “da alma selvagem” (Viveiros de Castro), talvez possa sugerir outra leitura, não oposta, mas complementar: talvez a predileção por processos de transformação não seja apenas reação criativa à fragilidade das instituições artísticas, mas também o aflorar, em momentos de crise, de um imaginário mais antigo. Talvez a influência indígena, fundamental nos primeiros séculos da colonização, seja mais resiliente do que a historiografia tradicional, dada a uma classificação baseada na influência europeia (arte colonial, Missão Francesa etc.), deixe supor. Se isso for verdade, a arte assim chamada popular, aquela que se produziu no Brasil fora das Academias e supriu as necessidades da maioria da população desde a época colonial, será um terreno de investigação privilegiado: é nela que se forma o caldo de uma cultura comum.
A remissão à cultura indígena é evidente na zoologia fantástica de Chico da Silva. Chico é do Acre. Mas a milhares de quilômetros de distância, no Paraguai, Salmi Lopez, da etnia Ishir, também descreve relações transespécies: em seus desenhos, complementados por textos explicativos, xamãs que descendem de uma mãe peixe se transformam em aves, que guerreiam no céu. Às vezes a derivação da cultura indígena não é tão direta, mas o parentesco parece inegável. Manoel e Francisco Graciano (pai e filho, cearenses) são mestres na arte das metamorfoses: exploram o contorno e os veios dos troncos para criar seres compósitos, imbricados um no outro. Até um escultor dado a formas mais compactas e polidas, como Artur Pereira, em suas Caçadas sugere uma simbiose entre figuras humanas, animais e árvores. Finalmente, nos trabalhos de Véio e José Bezerra, é a própria madeira que parece se transformar, adquirindo vida animal ou humana, enquanto o artista se limita a acompanhar o processo com intervenções discretas.
No pensamento ocidental, a indeterminação não é potencial de diálogo entre espécies, mas ameaça de indistinção que deve ser mantida sob controle. Sua figura exemplar é Proteu, o deus da transformação que Ulisses acorrenta para que diga finalmente a verdade. Mas a verdade de Proteu não é a de Ulisses. Ela se revela na inconstância das matérias e dos seres, que Tunga explora tanto nos desenhos alquímicos de La Voie humide quanto em sua última série tridimensional, as Morfologias. À verdade de Proteu Nuno Ramos dedicou uma série de desenhos (dois deles nesta exposição) em que um esquema formal muito simples (duas retas e duas curvas) se contamina pelos gestos e pelo contato com a matéria dos pigmentos.
Uma fusão misteriosa e mais discreta é a de Jandyra Waters, que produziu na década de 1960 telas abstratas não geométricas, mas tampouco informais, cheias de sugestões zoomorfas. Waters foi muito próxima do psicanalista, crítico e colecionador Theon Spanudis, que na época defendia um abstracionismo que não se limitasse à organização racional das formas, mas se abrisse ao imaginário (talvez de leve ascendência surrealista) e aspirasse à transcendência.
A segunda parte da exposição, dedicado às “distâncias”, é mais compósita.
A rigor, o conceito de “distância” se aplica sobretudo à série de paisagens aqui expostas. Em todas elas há uma sensação de afastamento, quase de desterro – uma espécie de alienação do lugar, impossibilidade de pertencimento. Não acontece apenas na arte popular: grandes pintores brasileiros eruditos proporcionam a mesma sensação: Guignard, Pancetti, Koch – todos com boas razões para se sentir estrangeiros em pátria. De resto, Cardosinho, aqui presente com seis pinturas, não é propriamente um pintor popular: português, formado em filosofia e professor de latim e francês no colégio, só pintou a partir de sua aposentadoria em 1931, já com setenta anos. É como se fosse um homem do século XIX olhando a arte moderna (que conhecia por suas frequentações de Portinari e Foujita e por sua participação nos principais eventos artísticos, começando pelo Salão Revolucionário de 1931) pela janela – ou melhor, pelas páginas dos jornais e pelos cartões-postais que reproduzia meticulosamente, às vezes respeitando até o preto e branco das fotografias.
A suspensão quase metafísica que caracteriza as telas de Cardosinho ecoa em outro tipo de estranhamento, o das paisagens de Júlio Martins – esse, ao contrário, figura tipicamente carioca: boêmio, carnavalesco, sem emprego fixo até se tornar cozinheiro do Hotel Avenida. Mas suas pinturas falam de outro lugar, visto de longe e do alto, com palacetes abastados cercados de canteiros bem cuidados, onde figuras elegantes de tamanho diminuto passeiam entre estátuas que gesticulam mais que elas. Tudo mediado por cores suaves, onde dominam tonalidades apaziguadoras de verde. É quase o inverso exato de Cardosinho: um século XIX imaginado por um homem do século XX. E aí cada elemento se isola, como se fosse mais nomeado do que visto.
A divisão interna se acentua em Neves Torres. Ele também pinta outro mundo, mas esse existiu: tratorista na maior parte da vida e pintor, como Cardosinho, só na velhice, Neves Torres foi por um período dono de um pequeno sítio, e é desse lugar que suas pinturas falam. Seus quadros são divididos em áreas justapostas, cada uma abrigando um detalhe: homens e mulheres trabalhando ou descansando, plantações, animais – como se o pintor os extraísse um por um da memória. Mas às vezes, com pequenas modificações, as áreas de cor em patchwork se tornam bichos ou monstros. Outra narrativa, mais inquietante, surge de trás da cena bucólica. Uma boca dentuça ameaça o homem que descansa na rede; outro, à beira da lagoa, tem seu corpo transformado numa mesa. O fator metamórfico, que ameaça o mundo organizado, justifica a inserção de algumas telas de Neves Torres também na primeira seção da mostra.
A tensão entre compartimentalização e transformação é bem mais dramática em Aurelino. Nele, a diagramação ortogonal da tela, que muitas vezes remete à sua cidade (Salvador) vista em planta ou em corte, tenta conter a proliferação descontrolada das imagens. É dessa maneira que Prinzhorn, no começo do século XX, descrevia a pintura dos esquizofrênicos: uma estrutura categorial rígida tentando organizar desesperadamente um material imagético extremamente instável. No caso de Aurelino, o esforço de contenção faz com que algumas dessas figuras, pressionadas pelos contornos, se enrijeçam numa postura hierática que lembra, supreendentemente, a arte refletida e autoconsciente de Agnaldo dos Santos.
Mais ainda que à arte afrobrasileira, as esculturas de Agnaldo remetem à africana, que ele conheceu graças sobretudo a Pierre Verger. Estamos aqui em outro campo, que antropólogos como Philippe Descola descrevem como totêmico, em oposição ao animismo indígena. A imagem encarna uma qualidade ancestral que conserva por ser um corpo fechado, impenetrável e compacto. Até as cabeças de Conceição dos Bugres, embora evidentemente indígenas, têm esse caráter totêmico. A técnica do revestimento em cera amarela, que Conceição apreendeu em sonho, acentua seu isolamento. E a mesma sacralidade transpira das cerâmicas de Dona Isabel: suas mulheres penteadas e vestidas modernamente preservam, no entanto, a solenidade de um totem. Elas eram, originalmente, moringas, repositórios da preciosíssima água.
Mas das pinturas de Neves Torres podemos também puxar outro fio: a organização por áreas justapostas lembra as esculturas de Nino, que também recorrem a figuras isoladas sobre fundos de cores variadas, numa surpreendente mistura de escultura tridimensional e baixo-relevo. Também cearense, Nino é quase o oposto complementar dos Graciano: nestes, as figuras não se fundem; nele, se relacionam à distância, como elementos de uma charada.
Ressalta-se aqui outro procedimento, o da enumeração. Em Nino, ainda se trata de associação entre figuras distintas, cada uma com suas características. A unidade, nele, é narrativa, como em diferentes episódios de uma fábula. Mas pode se tratar das mesmas figuras repetidas, às vezes em posições diferentes, e unificadas por pertencer ao mesmo bloco de madeira ou por estar inscritas em formas geométricas, como nos presépios de Artur Pereira ou nas “rodas vivas” de G.T.O. Em Alcides, porém, a repetição inclui um fator disruptivo. Baiano, mas radicado incialmente em Mato Grosso, depois (desde 1992) em São Paulo, Alcides pintava inicialmente cenas bucólicas de um decorativismo delicado. O impacto da modernização começa a se revelar em telas como a da rodovia Presidente Castelo e do corte da madeira, onde as formas geométricas e as cores chapadas dos caminhões, dos galpões e das estradas cortam violentamente o ritmo pacato dos ambientes naturais. E explode em As paisagens/Os cocos, pintada já em São Paulo. Nessa tela, as figuras ovaladas sobre fundo verde, encerrando manchas brancas irregulares, talvez representem cocos abertos. O resto é organizado em fileiras: uma linha de feixes de feno embaixo, seguida por uma linha de panelas e outra de vários manufatos, dispostos como para uma venda à beira de estrada; um casal sentado em dois bancos, separados por uma linha de grama; finalmente, aos dois lados dos cocos, quatro grandes formas também ovaladas que talvez representem árvores floridas, mas que lembram também as panelas da linha inferior. A enumeração minuciosa dos objetos e a relativa simetria da composição não escondem a ameaça de um caos iminente, de um mundo rural à beira da perda de sentido. É, literalmente, um mundo em frangalhos.
Félix Farfan é um artista urbano. Sente-se em casa na multiplicação de estímulos, na proliferação de objetos descartáveis, na rede cruzada de informações que se adensam até, como dizia Robert Smithson, se tornar uma casca compacta sobre a qual é possível correr. Ele tem, evidentemente, um pé na cultura underground e dela deriva o gosto, de origem oriental, pelas relações analógicas entre microcosmo e macrocosmo. Mas tudo está inscrito no círculo fechado de um sistema que se reproduz até a vertigem: nessa ótica, o corpo humano se objetifica em pranchas anatômicas; o universo, na totalidade dos produtos que a cultura de massa oferece.
A mostra inclui também uma escultura de Elisa Bracher. Por sua força centrípeta, onde a tensão é gerada internamente, no ponto em que uma tora ou uma pedra se apoia na outra, muitos trabalhos de Bracher podem ser aproximados às formas totêmicas. Mas nesse trabalho, e em outros da mesma série, os blocos de madeira abrigam, em pequenos nichos, casas de barro: é como se o corpo fechado do totem embutisse a paisagem. Essa escultura em particular lembra as paisagens verticais chinesas, com suas pequenas habitações engastadas em rochedos separados por nuvens; ou então as de Guignard, cuja proximidade com as chinesas foi muita vez ressaltada. Mas os vapores se tornaram sólidos; a distância, presença manuseável. O estranhamento, um tesouro guardado.
Lorenzo Mammì
Metamorfoses e Distâncias, exposição coletiva com curadoria de Lorenzo Mammì, conclui a série de mostras em celebração aos 20 anos da Galeria Estação
Ao longo de 2024 a Galeria Estação foi ocupada por cinco mostras inéditas especialmente idealizadas em celebração aos 20 anos de criação do espaço fundado por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp. Em 7 de novembro, a programação comemorativa será concluída com a abertura ao público de Metamorfoses e Distâncias, exposição coletiva com curadoria de Lorenzo Mammì que reunirá 62 trabalhos de 23 artistas brasileiros de diferentes gerações.
Somados, exposição e livro propõem um oportuno balanço dos 40 anos de atuação da colecionadora, marchand e também fundadora do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro (IIPB), reafirmando o papel divisor de Vilma Eid para a valorização e ressignificação crítica da chamada arte popular do Brasil, assim como para a inserção de artistas autodidatas no circuito de arte contemporânea.
“A exposição coroa não só esse ciclo de 20 anos da Galeria Estação, mas o trabalho que dei início em 1984, quando inaugurei minha primeira galeria em sociedade com Paulo Vasconcellos. Esses 40 anos de trabalho foram, por paixão e por eu acreditar nela, inteiramente devotados à arte popular. Metamorfoses e Distâncias encerra agora esse ciclo de comemorações e representa, também, o trabalho de muitos artistas que estiveram e estão comigo ao longo dessas quatro décadas. Em muitas mostras que fizemos na galeria houve um forte diálogo entre populares e contemporâneos, característica que estará muito presente nessa mostra. Convidei o Lorenzo para a curadoria porque, nesses 20 anos da galeria, ele também fez importantes contribuições e conhece nosso trabalho como poucos. É muito simbólica essa exposição, no sentido de que representa o trabalho de toda uma vida”, avalia Vilma.
Entre pinturas, desenhos e esculturas, Metamorfoses e Distâncias evidencia a relevância da Estação no mercado de arte, por majoritariamente partir do acervo da própria galeria, reunindo obras dos seguintes artistas: G.T.O.; Alcides Pereira dos Santos; Chico da Silva; Félix Farfan; Francisco Graciano; Manuel Graciano; Véio; José Bezerra; Agnaldo Manoel dos Santos; Aurelino dos Santos; Artur Pereira; Conceição dos Bugres; Nino; Júlio Martins da Silva; Izabel Mendes da Cunha; Neves Torres; Jandyra Waters; Cardosinho; Salmi López Balbuena. Dos 23 artistas que compõem o conjunto de obras selecionadas pelo curador, apenas quatro não são representados pela Galeria Estação: Tunga, Elisa Bracher e Nuno Ramos.
“Minha ideia foi usar esse manancial importantíssimo que a galeria da Vilma reúne para entender a continuidade histórica de nossa arte popular. No Brasil, havia o consenso de que depois da arte colonial houve o início da arte acadêmica, sem que houvesse uma continuidade histórica. Na verdade, a arte acadêmica trazida da Missão Francesa tem uma influência muito limitada à Corte e à burguesia do Rio de Janeiro, sendo que o resto dos artistas do país continuava vindo da tradição afro-brasileira e da arte indígena. Essa história não tinha sido contada ainda de maneira regular”, explica Mammì.
Estabelecendo conexões entre as obras sem a pretensão de fechar categorias estanques, mas criando sugestões de relações, a proposta curatorial de Metamorfoses e Distâncias convida o público a criar suas próprias interpretações sobre os possíveis diálogos entre os trabalhos reunidos na mostra. Estímulo espelhado em uma afirmação de Mammì, a de que Vilma provocou um “curto-circuito” no ambiente das artes visuais, sendo também responsável por impulsionar um novo pensamento crítico sobre a arte popular brasileira a partir das investigações e interlocuções provocadas em acadêmicos como Rodrigo Naves, Paulo Sergio Duarte, Tiago Mesquita e Taisa Palhares.
“Vilma teve a grande qualidade de tirar a arte popular de um nicho mais sociológico, que trazia uma abordagem mais etnográfica dessa produção por meio de grandes autores como Lélia Coelho Frota e Clarival do Prado Valladares. Vilma inseriu a arte popular no campo da arte contemporânea, tratou seus artistas como artistas contemporâneos e organizou maneiras de fazer mostras, de comercializar obras e de convidar críticos para discutirem esse material. Isso criou um choque muito interessante porque alguns críticos, sobretudo o Rodrigo Naves num primeiro momento, começaram a ler essas obras pela ótica da arte contemporânea e passaram a descobrir nesses artistas valores que não eram apenas artesanais, reconhecendo características autorais próprias de artistas originais que não repetiam apenas uma tradição, como acontece no folclore, mas que também inventavam seu próprio estilo, ou seja, artistas que tinham que ser mesmo lidos com os instrumentos da crítica contemporânea”, conclui Mammì.
Confira a linha do tempo das exposições realizadas ao longo de 2024 em celebração aos 20 anos da Galeria Estação:
Mulheres por Mulheres
De 22 fevereiro a 16 de março
Com 47 obras, a mostra coletiva prestou homenagem ao legado de Conceição dos Bugres, Elza de Oliveira Souza, Izabel Mendes da Cunha, Maria Auxiliadora Silva, Madalena dos Santos Reinbold, Mirian Inêz da Silva Cerqueira, Zica Bérgami e Noemisa Batista dos Santos.
Renato Rios – O Elefante e a Safira
De 25 de março a 30 de abril
Primeira exposição individual de Renato Rios na Galeria Estação, a mostra ocupou dois espaços da Galeria Estação com uma série de pinturas interconectadas pela poética onírica, figurativa e abstrata do artista brasiliense
Leste do Éden
De 7 de maio a 8 de junho
A exposição coletiva propôs diálogos entre a poética pictórica de Júlio Martins da Silva, Paulo Pasta e Pedro Figari, reeditando a parceria entre as galerias Estação e Millan. Com curadoria de Antonio Gonçalves Filho e 35 telas simultaneamente apresentadas ao público nos dois espaços expositivos, em São Paulo, a mostra foi um dos destaques das comemorações de 20 anos da Galeria Estação.
A Dança dos Mitos – Ogwa e Salmi, avô e neta
De 18 junho a 17 de julho
Primeira exposição internacional na Galeria Estação composta de obras de Ogwa e Salmi López Balbuena, expoentes da arte indígena paraguaia. Com curadoria de Fredi Casco e Fernando Allen e catálogo assinado pelo crítico Ticio Escobar, a mostra estabeleceu, por meio de desenhos e pinturas em acrílico, conexões geracionais preservadas pela cosmogonia, ritos e mitos do povo Ishir
André Ricardo - LuzCaiada
De 6 de agosto a 5 de outubro
Segunda exposição individual do artista paulistano na Galeria Estação. Com curadoria de Igor Simões, a mostra reafirmou interlocuções poéticas com a obra de Rubem Valentim (1992 – 1991), escultor, pintor e gravador baiano que foi tema de uma exposição em conjunto com trabalhos de André Ricardo apresentada em Londres
Sobre Lorenzo Mammì
Nascido na Itália em 1957, é formado em Matérias Literárias pela Universidade dos Estudos de Florença e livre-docente em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Reside no Brasil desde 1987. De 1989 a 2002 foi professor de História da Música no Departamento de Música da Universidade de São Paulo, e é professor de Filosofia Medieval na FFLCH/USP desde 2003. Como crítico de arte e de música publicou vários ensaios em revistas especializadas, catálogos e coletâneas, como o livro O que resta: arte e crítica de arte (Companhia das Letras, 2012), com foco em artes visuais. Em A fugitiva (Companhia das Letras, 2017), reuniu ensaios sobre música tratando de compositores como Mozart, Rossini, Wagner, Debussy e Villa-Lobos. É autor das monografias Volpi (Cosac e Naify, 1999) e Carlos Gomes (Folha Explica, 2001). Traduziu para o português Confissões de Santo Agostinho (Companhia das Letras, 2017). De setembro de 1999 a março de 2005 foi diretor do Centro Universitário Maria Antonia (USP), em São Paulo. Desde 2015 é curador-chefe de Programação e Eventos do Instituto Moreira Salles (São Paulo, Rio de Janeiro e Poços de Caldas).
Sobre a Galeria Estação
Com um acervo entre os pioneiros e mais importantes do país, a Galeria Estação, inaugurada no final de 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, consagrou-se por revelar e promover a produção de arte brasileira não-erudita. A sua atuação foi decisiva pela inclusão dessa linguagem no circuito artístico contemporâneo ao editar publicações e realizar exposições individuais e coletivas sob o olhar dos principais curadores e críticos do país. O elenco, que passou a ocupar espaço na mídia especializada, vem conquistando ainda a cena internacional ao participar, entre outras, das exposições Histoire de Voir, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, na França, em 2012, e da Bienal Entre dois Mares – São Paulo | Valencia, na Espanha, em 2007. Emblemática desse desempenho internacional foi a mostra individual de Veio – Cícero Alves dos Santos, em Veneza, paralelamente à Bienal de Artes, em 2013. No Brasil, além de individuais e de integrar coletivas prestigiadas, os artistas da galeria têm suas obras em acervos de importantes colecionadores e de instituições de grande prestígio e reconhecimento, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo, o Museu Afro Brasil (SP), o Pavilhão das Culturas Brasileiras (SP), o Instituto Itaú Cultural (SP), o SESC São Paulo, o MAM- Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o MAR, na capital fluminense.
FICHA TÉCNICA DO LIVRO
Título: Moderno Contemporâneo Popular Brasileiro: o olhar de Vilma Eid
Autores: Nelson Kon, Lorenzo Mammì, Germana Monte-Mór e Daniel Rangel
Editora: WMF Martins Fontes
Nº de páginas: 320
Ano: agosto/ 2024
ISBN: 978-85-469-0653-6
Tipo de capa: capa dura
Formato: 17 x 24 cm
Preço: R$ 199
SERVIÇO
Metamorfoses e Distâncias
Quando: de 7 de novembro de 2024 a 31 de janeiro de 2025.
Onde: Galeria Estação
Endereço: Rua Ferreira Araújo, 625 - Pinheiros, São Paulo
Horários de funcionamento da galeria: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 15h; não abre aos domingos.
Tel: 11 3813-7253
Email: contato@galeriaestacao.com.br
Site: www.galeriaestacao.com.br
Instagram: @galeriaestacao
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