Agostinho Batista de Freitas
Não resisti à tentação de mostrarmos mais uma vez o pintor que encantou o professor Bardi em visita à Praça da República.
É um artista que temos sempre no acervo da galeria e que continuamente temos o prazer de adquirir.
Conheci o Agostinho nos anos 90, época em que eu tinha um escritório de arte em uma antiga casa no Alto de Pinheiros. Ele ia me visitar com suas pinturas embaixo de braço e eu comprava todas.
Era um homem baixo, um pouco atarracado e com cara de poucos amigos. Parecia sempre bravo, mas acho que, no fundo, era tímido.
Chamei para escrever sobre ele o Agnaldo Farias, que adorou a ideia de conhecê-lo melhor.
Aí está. Vamos revê-lo e relembrá-lo.
Vilma Eid
Agostinho Batista de Freitas – Mestre das Ruas
A cidade é assim, por esses arranha-céus, por esses prédios,
parece que a gente tá no meio de uma rocha,
parece um mistério, parece um cemitério.
Agostinho de Freitas,
in: Lélia Coelho Frota, Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro
Realizada em 1991, a pintura Praça da República (óleo sobre tela, 70 x 100 cm) traz a imagem recortada de um dos mais conhecidos ícones do centro da cidade de São Paulo. Uma vista que, em princípio, privilegia o prédio do antigo Colégio Caetano de Campos, majestosa construção eclética inaugurada em 1894, prova do tempo em que a educação era alvo da maior atenção por parte do Estado. Porém, superando sua altura em três, quatro, cinco vezes, muito mais do que isso, engolfando-o por toda sua volta, vem a massa cinzenta composta de reticulados diversos dos prédios construídos a partir da metade do século passado. A tonalidade amarela do pesado bloco horizontal onde antes funcionou a velha escola destaca-a do conjunto que parece emparedá-la, aliviando-o por aproximação, de um lado, do significativo exemplar da arquitetura moderna, o Edifício Ester, de Álvaro Vital Brasil, com o sincopado de suas janelas azuis e amarelas e, de outro, do verde de árvores de folhagens arredondadas e dos corpos curtos e vermelhos dos ônibus que deslizam lentamente, colados uns nos outros, como formigas roçando as antenas, trocando os feromônios das luzes de freio, do vermelho das setas. Os frequentadores do centro da capital paulista, os estudiosos de arquitetura ou os simplesmente interessados em entender e acompanhar os saltos de crescimento da maior metrópole da América do Sul reconhecem os edifícios com facilidade. Reconhecem porque todos são meticulosamente representados, embora conservem distância dos desenhos técnicos executados com réguas e esquadros. Fascinam-se pelas nervuras dos pilares e empenas de lajes em branco feitas à mão, as verticais que oscilam suavemente, como se respirassem, assim como as tonalidades de cinza e as variações de preto do interior das janelas, calculadas pelo olho, sem o recurso mecânico dos catálogos de cores. Vê-se com a nitidez própria de um dia ensolarado, como este de Praça da República, em que o céu azul-claro é o mar por onde calmamente flutua uma frota organizada de nuvens, semelhante a certos céus de Magritte, indiferente à rocha multifacetada – a metrópole – e à cerrada fileira de camadas de concreto empilhadas abaixo dela.
Como é comum em grande parte de suas pinturas urbanas, o enquadramento dessa pintura favorece as edificações. Nessa pintura, Agostinho de Freitas ignora o respeitável jardim defronte do colégio – em outra, também presente nesta exposição, ele preserva uma fração dele –, os passeios geométricos protegidos por onde trafegam, descansam e se arranjam os vendedores de tudo quanto é coisa, sobretudo nos finais de semana, quando se acotovelam nas barracas da feirinha, entre eles os fotógrafos lambe-lambe e, como aconteceu com ele próprio no começo de sua carreira, os pintores de praça. Enquadramento porque, como se sabe, Agostinho de Freitas, assim como seus colegas e contemporâneos, os artistas pop, os hiper-realistas e, antes de todos eles, o irlandês Francis Bacon, pintava a partir de fotografias. No seu caso, foi trocando a pintura de observação pelo estudo de cartões-postais, fotografias de profissionais, como Marcel Gautherot, ou dele mesmo, desde que assumiu o uso corriqueiro de máquinas portáteis, como a Instamatic e a Xereta, ambas da Kodak, despretensiosas e eficazes.
Avenida Ipiranga X São Luís (óleo sobre tela, 80 x 140 cm), de 1983, quase dez anos antes, quase repete o motivo da tela anterior: sobrevoa a cobertura do Caetano de Campos, do qual só se vê uma extremidade do telhado vermelho-alaranjado, e desemboca numa vista frontal em cujo centro está o Edifício Itália, o ponto em que as duas avenidas do título se bifurcam. Aqui já não há céu, o ângulo escolhido, de cima para baixo, abrupto, suprime o jogo das alturas, corta a massa construída numa horizontal exata, nivelando-a, o que ressalta a cadência desencontrada do desenho das fachadas, a sucessão dos volumes mais ou menos estreitos, eventualmente curvos, sextavados, todos longilíneos; os planos lisos e cinza-azulados das ruas, os grafismos das faixas de pedestres. Há carros, há ônibus, mas são pequenos, quase fora de escala, beiram os esquemas infantis, parecem carrinhos de brinquedo multicoloridos, o que contrasta com o refinado acabamento dado a cada um dos prédios, o respeito minucioso às suas particularidades. Há também pessoas, ainda mais simplificadas que os carros, reduzidos a quase pontos. Claro está que, em virtude da escala gigantesca dos arranha-céus, os comprime nas calçadas fazendo-os deslizar desalinhados, desprotegidos, desimportantes.
Em Praça das Bandeiras (1989, óleo sobre tela, 80 x 120 cm), os prédios se afastam, abrem uma clareira para as ilhas curvilíneas em que os ônibus despejam e se enchem de gente. No fundo, a parede sólida, embora estilhaçada em volumes exatos, ajustados em posições definidas pelos lotes em que foram construídos, assenta-se ao longo de uma linha horizontal que descai levemente da esquerda para a direita. Na metade inferior, as pessoas, representadas com a singeleza própria de ilustrações voltadas a crianças, estão desacompanhadas, parecem caminhar a esmo, aparentemente mobilizadas pela solidão que define a vida na cidade grande. Talvez porque sejam dotados de proporções compatíveis com as pessoas, carros e ônibus, diferentemente dos prédios, que são monumentais e inacessíveis, sugerem a mesma delicadeza e fragilidade.
Um exemplo extraordinário de visão da cidade como construção infinita, inabarcável, em que os carros convertem-se em pontos e as pessoas desaparecem, chega em Paisagem litorânea (1983, óleo sobre tela, 100 x 70 cm). Não uma vista de pássaro, uma vista de avião de uma cidade costeira com avenidas acompanhando o desenho tortuoso das bordas das falésias que se projetam para o mar, com os automóveis convertidos em miniaturas circulando pela teia de ruas que dividem os renques de prédios baixos que se vão descambando até além do que se pode alcançar com a vista.
Não obstante a preservação, ainda que atenuado, do drama humano de quem habita as grandes cidades, o conjunto das pinturas apresentadas na exposição de agora é mais solar que as pinturas realizadas nas primeiras duas décadas de sua trajetória, de evidente extração expressionista, algumas aparentadas com as atmosferas sombrias das gravuras de Oswaldo Goeldi. Grave, lavrada num azul-escuro típico de quando a noite se aproxima, Praça da Sé (1986, óleo sobre tela, 53 x 65 cm) conecta-se a essa linhagem. O negro das torres pontiagudas e do domo da nave contrasta com a fachada clara, com a estrela de sete pontas estampada no piso à sua frente e com a abertura do metrô, coração a bombear gente da manhã até a madrugada.
As pinturas apresentadas nesta nova exposição de Agostinho de Freitas trazem imagens depuradas das cidades e dos edifícios que as compõem, no que isso quer dizer visões mais objetivas dos objetos, menos soturnas. Telas como as que registram a Estação da Luz (Sem título, 1983, óleo sobre tela, 92 x 62 cm), Parque do Ipiranga, (1986, óleo sobre tela, 53 x 63 cm), Circo dos Bandeirantes (1986, óleo sobre tela, 80 x 120 cm); da Estação Júlio Prestes, antiga sede da Estrada de Ferro Sorocabana (Sem título, 1987, óleo sobre tela, 52 x 82 cm) e do Palácio dos Bandeirantes (Sem título, 1987, óleo sobre tela, 72 x 102 cm) exaltam os prédios, suas particularidades e eventualmente como se impõem sobre os outros prédios, sobre a rua, os jardins onde estão instalados, como também, e acima de tudo, sobre os transeuntes, os passantes, estabelecendo gestos e ritos. Ao reproduzir esses prédios, e atente-se para o fato de que ele se deteve sobre viadutos, estádios de futebol, centros comerciais como o Centro de Abastecimento de São Paulo – Ceasa, o artista reitera-os como exemplos do que, em termos arquitetônicos, no atendimento das necessidades da população, de melhor se pretendeu produzir, e dos seus efeitos sobre os habitantes que deles se servem.
Sob esse ponto de vista, Cemitério Chora Menino (1993, óleo sobre tela, 50 x 70 cm) surpreende. A paisagem árida das lápides equivale à redução da cidade ao estrito, cada prédio achatado à proporção do corpo ou dos poucos corpos que neles jazem, compondo um skyline despojado, paralelepípedos de concreto providos de tampas, ornamentados pelas indefectíveis cruzes, separados uns dos outros por ruazinhas asfaltadas. Transitando entre elas, num cerimonial mudo sob luz cálida, os grupos se dispersam carregando as flores que depositarão em honra à memória de seus entes queridos.
Aldo Rossi, em seu clássico A arquitetura da cidade, relê em chave atualizada o conceito de genius loci, gênio do lugar, reconhecendo a importância, desde o mundo clássico, não apenas do edifício, mas da escolha da sua localização. Alinhado com esse ponto de vista, Agostinho de Freitas percorreu a cidade de São Paulo inventariando sítios, trechos urbanos e edificações a seu ver mais proeminentes. Se sua adesão à cidade era irrestrita, o mesmo não se podia dizer sobre seu interesse pela vida rural. “Luminoso prá cá, letreiro prá lá, naquilo estuda tanta coisa na cabeça, né. Agora, no mato não, cê só vê mato, a única coisa é pensar em ir plantar, né” (Entrevista a Lélia Coelho Frota, 1976). O artista ia do centro aos arrabaldes, às rodovias que ligam as cidades umas às outras e até mesmo ao campo, que, como foi dito, não o interessava muito, mas ao qual voltou por conta das encomendas, aparentemente em maior número do que as de pinturas urbanas. Sobre essa parcela imprevista da produção, dizia realizar de memória, o que, trocando em miúdos, significava que era irrigada pela imaginação. Muito foi dito em relação a essas encomendas, sob o quanto elas significavam um desencaminhamento do artista, o “abandono de sua pureza”, sua cooptação pelo mercado. Pois Roça (1977, óleo sobre tela, 55 x 145 cm) responde a esse paternalismo maldisfarçado. O toque aveludado do pincel cuida em dissolver tonalidades de verde ao sabor de uma topografia que se resolve em colinas suavemente arredondadas, interrompidas aqui e ali por tufos de verdes-escuros que fazem as vezes de porções de matas remanescentes, até se arrematar em uma camada espichada e horizontal de branco, encimada por outra de azul-profundo. A colheita de cana (Sem título, 1987, óleo sobre tela, 91 x 136 cm) é um outro exemplo digno de menção. Rentes aos pés de cana, da altura deles, os trabalhadores, ao passo em que os vão cortando e empilhando, desbastam o campo, deixando o marrom da terra pintalgado por pontos amarelos – as extremidades dos talos sobrantes do corte –, pelo grafismo verde e desencontrado da folhagem caída dos topos das hastes dos pés de cana, os mesmos que infundem movimento ao todo que resta a ser colhido.
Pós-escrito
Agostinho foi minha descoberta
Pietro Maria Bardi
Fôlder da exposição do artista
Hotel San Raphael, São Paulo, 1974
Agostinho de Freitas foi um artista extraordinário. E, a acreditar em Pietro Maria Bardi, o professor Bardi, o antológico fundador do Masp, uma de suas descobertas. Entre outras, como ele certamente dizia, pois, como se sabe, o casal Pietro e Lina Bo Bardi fez muito por artistas encontrados “numa galeria, na rua ou num museu”. Fez mesmo. Bardi não apenas o estimulou e garantiu meios para que Agostinho de Freitas passasse a produzir com regularidade. Em 1952, organizou sua primeira individual no Masp, levou-o à Bienal de Veneza em 1961 e 1966, para horror de críticos e artistas pouco afeitos à invasão de um meio marcado por afetações de todo tipo. Lina Bo Bardi, associada a Pietro, ao cineasta Glauber Rocha e ao diretor teatral Martim Gonçalves, realizou a memorável mostra A mão do povo brasileiro, que abalou o meio não só pelo que expôs, mas pelo modo como expôs. Entre os artistas figuravam Mestre Vitalino, Agnaldo dos Santos e o nosso Agostinho de Freitas.
A exposição foi um êxito incontestável, deixando um legado imenso à espera de ser melhor digerido. A mão do povo brasileiro conduz à seguinte indagação: quem é o povo brasileiro? A resposta tão imediata quanto insatisfatória leva às camadas de expropriados, à gente pobre, humilde. Como corolário desse raciocínio, conclui-se que os artistas provenientes das escolas de arte, bem como curadores e todo o conjunto de agentes que compõem o meio artístico, o que inclui o autor deste texto, não fazem parte do povo. E o que são, afinal?
O meio artístico ressente-se muito dessa compreensão que o coloca de fora da maioria esmagadora da população, que o leva a formulações tão cândidas e falaciosas como esta: “Agostinho foi minha descoberta”. Esse tipo de afirmação não tem status teórico, equivale a alguém dizer que descobriu a pólvora. Vamos e venhamos, o evidente e ostensivo talento de Agostinho de Freitas precisou de Bardi para existir? Curiosamente, o Masp, que de dezembro de 2016 a abril de 2017 dedicou uma magnifica exposição ao artista, insiste fortemente nessa tecla, a ponto de grande parte dos textos deixar de lado a análise dos trabalhos em favor da biografia de um eletricista semianalfabeto cujo bilhete premiado foi esbarrar no diretor do maior museu de São Paulo. Agostinho de Freitas foi um artista extraordinário e, ao incorporá-lo ao meio artístico, o professor Bardi beneficiou-o, beneficiou-se e beneficiou o meio.
Agnaldo Farias
GALERIA ESTAÇÃO ABRE SEU ACERVO E REALIZA A MOSTRA
“AGOSTINHO BATISTA DE FREITAS – MESTRE DAS RUAS”
Com abertura em 12 de maio, a exposição reúne cerca de 20 telas do pintor autodidata que dedicou sua arte a retratar a paisagem urbana de São Paulo
Após um intervalo de 14 anos a Galeria Estação realiza uma nova exposição individual do pintor Agostinho Batista de Freitas (1927-1997). A mostra, denominada “Agostinho Batista de Freitas – Mestre das Ruas”, que poderá ser vista entre 12 de maio e 11 de junho, tem curadoria do crítico e professor Agnaldo Farias e traz ao público uma seleção de cerca de 20 telas do artista que integram o acervo da galerista Vilma Eid.
Admiradora desse pintor que foi revelado às artes plásticas nos anos 1950 pelo diretor e fundador do Masp, Pietro Maria Bardi (1900-1999), Vilma conheceu Agostinho no início da década de 1990. “Eu já tinha adquirido vários trabalhos dele, mas ainda não havíamos nos encontrado pessoalmente. Baixinho, atarracado, meio marrento e com enorme domínio na arte de se expressar por meio de suas composições, sobretudo em retratar a paisagem de São Paulo”, diz ela, que fez uma grande exposição com obras dele em 2008.
Sobre a motivação desta nova mostra, Vilma afirma que desde a exposição no Masp (dezembro de 2016 a abril de 2017) nunca mais os quadros de Agostinho voltaram ao circuito de exibição de museus e galerias. “Por isso decidi realizar esta agora, trazendo ao público novamente algumas telas desse artista autodidata que de forma poética e com maestria na composição de perspectivas urbanas, na captura de cenas cotidianas e na utilização harmoniosa das cores reproduz os mais diferentes ângulos da cidade. Uma obra que permanece atual e nos surpreende pela singeleza de sua iconografia”, avalia.
Essa característica do legado de Agostinho, o de levar as cenas do cotidiano para as telas, foi o que chamou a atenção de Bardi, quando se deparou com o então eletricista vendendo seus desenhos nas proximidades do Viaduto do Chá. De imediato, o experiente crítico e colecionador teve a certeza de que estava diante de alguém que poderia largar tudo para se dedicar somente à pintura. E, depois de lhe dar tintas a óleo, pincéis e tela, fez uma encomenda: pintar uma vista de São Paulo a partir do topo do então prédio do Banespa. O quadro, que permaneceu com Bardi até seus últimos dias, foi a chancela para a primeira mostra individual do artista, então com 25 anos de idade, no próprio Masp, em 1952.
Em relação aos trabalhos que integram a nova exposição desse artista que considera extraordinário e denomina como “Mestre das Ruas”, Agnaldo Farias recorda que Agostinho percorreu a cidade de São Paulo inventariando sítios, trechos urbanos e edificações a seu ver mais proeminentes. “Não obstante a preservação, ainda que atenuado, do drama humano de quem habita as grandes cidades, o conjunto das pinturas apresentadas na exposição de agora é mais solar que as realizadas nas primeiras duas décadas de sua trajetória, de evidente extração expressionista”, antecipa o curador, que também incluiu nesta mostra paisagens distantes da metrópole.
“Se a adesão de Agostinho à cidade era irrestrita, o mesmo não se podia dizer sobre seu interesse pela vida rural. O artista ia do centro aos arrabaldes, às rodovias que ligam as cidades umas as outras e até mesmo ao campo que não o interessava muito, mas ao qual voltou por conta das encomendas, aparentemente em maior número do que as de pinturas urbanas. Sobre essa parcela imprevista da produção, dizia realizar de memória, o que, trocando em miúdos, significava que era irrigada pela imaginação”, contextualiza Farias.
SOBRE AGOSTINHO BATISTA DE FREITAS
Filho de imigrantes da Ilha da Madeira, nasceu em 1927 e foi criado em um sítio em Paulínia, então distrito de Campinas, onde trabalhou na lavoura até os 11 anos e estudou somente até o terceiro ano do primário. Após a morte de sua mãe, mudou-se com o pai para São Paulo. Na capital paulista trabalhou como ajudante de pedreiro e foi funcionário de uma fábrica de brinquedos, de onde foi demitido por desenhar durante o expediente de trabalho. Depois de se especializar como eletricista, nas horas vagas vendia seus quadros na região central da cidade, onde encontrou Pietro Maria Bardi. Apesar de ter o centro da metrópole como musa de inspiração para suas pinturas, também retratou as periferias da cidade, como o bairro do Imirim, onde residia, e cenas de cotidiano e lazer de parcelas menos favorecidas da capital, como parques de diversão, crianças empinando pipas e até festas juninas. Faleceu em São Paulo em 1997.
SOBRE AGNALDO FARIAS
É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.Foi curador geral do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, do Instituto Tomie Ohtake (2000/2012) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1998/2000). Curador de Exposições Temporárias do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1990/1992). Em relação à Bienal de São Paulo, foi curador geral da 29ª. Bienal de São Paulo (2010), da Representação Brasileira da 25ª Bienal de São Paulo (1992) e curador adjunto da 23ª Bienal de São Paulo (1996). Também foi curador Internacional da 11ª Bienal de Cuenca, Equador (2011), do Pavilhão Brasileiro da 54ª edição da Bienal de Veneza (2011) e curador geral da 3ª Bienal de Coimbra, 2019. Recebeu o prêmio “Melhor retrospectiva” da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA, 1994, pela Exposição Nelson Leirner, e o Prêmio Maria Eugênia Franco, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, pela melhor curadoria de 2011.
SOBRE A GALERIA ESTAÇÃO
Com um acervo entre os pioneiros e mais importantes do país, a Galeria Estação, inaugurada no final de 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, consagrou-se por revelar e promover a produção de arte brasileira não-erudita. A sua atuação foi decisiva pela inclusão dessa linguagem no circuito artístico contemporâneo ao editar publicações e realizar exposições individuais e coletivas sob o olhar dos principais curadores e críticos do país. O elenco, que passou a ocupar espaço na mídia especializada, vem conquistando ainda a cena internacional ao participar, entre outras, das exposições “Histoire de Voir”, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), em 2012, e da Bienal “Entre dois Mares – São Paulo | Valencia”, na Espanha, em 2007. Emblemática desse desempenho internacional foi a mostra individual do “Veio – Cícero Alves dos Santos”, em Veneza, paralelamente à Bienal de Artes, em 2013. No Brasil, além de individuais e de integrar coletivas prestigiadas, os artistas da galeria têm suas obras em acervos de importantes colecionadores brasileiros e de instituições de grande prestígio e reconhecimento, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo, o Museu Afro Brasil (São Paulo), o Pavilhão das Culturas Brasileiras (São Paulo), o Instituto Itaú Cultural (São Paulo), o SESC São Paulo, o MAM- Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o MAR , na capital fluminense.
(SERVIÇO)
AGOSTINHO BATISTA DE FREITAS – MESTRE DAS RUAS
Quando: 12 /5 a 11/6
Onde: Galeria Estação
Endereço: Rua Ferreira Araújo, 625 - Pinheiros, São Paulo
Vernissage: 12/5, das 14h às 19h
Horários de funcionamento da galeria: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 15h; não abre aos domingos
Tel: 11 3813-7253
Email:contato@galeriaestacao.com.br
Site:http://www.galeriaestacao.com.br/
Instagram: @galeriaestacao