BIOGRAFIA

Ranchinho [Sebastião Theodoro Paulino da Silva]

1923, Oscar Bressane | SP - Brasil

2003, Assis | SP - Brasil

Ranchinho era filho de boias-frias e mudou-se com a família para Assis após a morte do pai em 1925. Deficiente mental desde a infância, não falava nem ouvia direito, engatinhou até os quatro anos de idade e, quando começou a andar, o fez de maneira desajeitada. Foi expulso da escola, já que não conseguiu acompanhar as aulas e só aos 24 anos conseguiu o primeiro trabalho, como auxiliar de João Romero (ou João Garapeiro). Com a morte do irmão mais velho e da mãe, em 1948, o Ranchinho se vê inteiramente só. Seu João Garapeiro leva-o para morar com a família e lhe confia novas funções. Até 1954 Ranchinho viveu assim. Os filhos de João Garapeiro o abasteciam de cadernos velhos e tocos de lápis e desde essa época ele não parou mais de desenhar. Desenhava as coisas que via e 'contava histórias' através dos seus desenhos. Com a morte do seu patrão e protetor, passa a sobreviver como catador de papéis, latas e garrafas, e mora em ranchos abandonados, o que lhe vale o apelido de Ranchinho. Completamente marginalizado e hostilizado pela sociedade local, é incentivado pelo escritor José Nazareno Mimessi a aprender técnicas de guache e de acrílica sobre eucatex.

Sua pintura possui uma variedade de cores e intensidade criativa semelhantes ao do pintor holandês Vicent Van Gogh. A comparação não foi feita por nenhum entusiasta da arte naif. A interpretação de que Ranchinho se equipara ao gênio holandês, em talento e qualidade, é de Oscar D’Ambrosio, crítico da Associação Internacional de Críticos de Artes. O que mais impressiona na obra de Ranchinho é que ele retrata uma Assis que não existia na época que ele passou a desenvolver suas telas. A catedral que ele imprime nas telas não é a de hoje, que qualquer pessoa que visita a cidade observará. É a anterior, nas décadas de 1950 e 1960, conta D’Ambrosio. A comparação de Ranchinho e Van Gogh está na obra escrita por D’Ambrosio, ‘O Van Gogh Feliz – Vida e Obra do pintor Ranchinho de Assis’, publicado pela editora Unesp. Ranchinho fez mais de 2.000 obras entre guaches, desenhos, acrílicos e óleos. Ele expôs pela primeira vez três de seus trabalhos na 1ª exposição de Artes Plásticas de Assis em 1971, quando recebeu Menção Honrosa. Participou de outras exposições individuais e coletivas de grande importância, como Bienal de São Paulo de 1976. Nesse mesmo ano foi tema de uma crônica de Lourenço Diaféria editada no caderno Ilustrada do Jornal Folha de São Paulo. Em 1977 foi objeto de análise de Américo Pellegrini Filho em seu livro Crônica Informativa de Cinco Pintores Folclóricos. Também foi apreciado por uma das maiores críticas de arte do país, Radha Abramo, numa matéria editada no caderno ilustrada do Jornal Folha São Paulo em julho de 1985. Participou também da exposição Brasil 500 Anos na Bienal de São Paulo. Seu trabalho foi tema de uma matéria escrita por Rui Moreira Leite para a revista Veja de 30 de julho de 1986. Desde então, participou de mais ou menos 20 exposições. Ele faleceu no dia 2 de fevereiro de 2003 na cidade onde viveu a maior parte de sua vida, Assis, interior de São Paulo.

Fonte: artepopularbrasil.blogspot.com

CV

Exposições Individuais e Coletivas Selecionadas:


2014 Quase figura, Quase Forma, Galeria Estação, São Paulo, SP, Brasil


2012 Jogo dos sete erros | Ranchinho e Rodrigo Andrade, 10 pinturas e 10 versões, na Galeria Estação – São Paulo, SP, Brasil


2011 A arte visionária de Ranchinho, na Galeria Brailiana, São Paulo, SP, Brasil


2010 Puras Misturas, no Pavilhão das Culturas Populares, São Paulo, SP, Brasil


2004 Forma, Cor e Expressão: uma coleção de arte brasileira, na Estação São Paulo, São Paulo, SP, Brasil


2002 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc,Piracicaba, SP, Brasil


2002 Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas, São Paulo, SP, Brasil


2002 Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB, São Paulo, SP, Brasil


2001 Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cultural, Brasília, DF, Brasil


2001 Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural, Penápolis, SP, Brasil


2001 Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas, São Paulo, SP, Brasil


2000 5ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc,Piracicaba, SP, Brasil


2000 Almeida Junior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil


2000 Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil


2000 Arte Popular Brasileira, na Galeria Brasiliana, São Paulo, SP, Brasil


1998 4ª Bienal Naifs do Brasil - prêmio aquisição, no Sesc, Piracicaba, SP, Brasil


1997 Coletiva, na Cesar Abreu Arquitetura, Assis, SP, Brasil


1995 Individual, no Espaço Cultural da CEF, Assis, SP, Brasil


1994 Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc Piracicaba, SP, Brasil


1992 Coletiva, Comemorativa da Galeria Atração, São Paulo, SP, Brasil


1990 Individual, na Casa dos Médicos de Assis/APM, Assis, SP, Brasil


1990 Individual, no Centro Cultural Dona Pimpa, Assis, SP, Brasil


1990 Acervo, pintura, na Galeria Permanente Cultura Marília, Marília, SP, Brasil


1989 Coletiva, na Fundação de Artes de Penápolis, Penápolis | SP - Brasil


1989 Coletiva, no Museu do Sol, Penápolis, SP, Brasil


1989 Arte Brasil 89: 2º Festival de Arte Naif brasileiro, no Centro de Convivência Cultural de Campinas, Campinas, SP, Brasil


1988 Individual, Galeria de Arte Paulo Vasconcello, São Paulo, SP, Brasil


1988 Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil


1987 Arte Brasil 87: 1º Festival de Arte Naif brasileiro, no Centro de Convivência Cultural de Campinas, Campinas, SP, Brasil


1987 Mostra Nacional de Arte Ingênua e Primitiva, na Galeria de Arte Sesc - menção honrosa, Piracicaba, SP, Brasil


1986 1ª Bienal Artoest de Artes Plásticas de Presidente Prudente, na Pinacoteca do Palácio da Cultura Dr. Pedro Furquim, Presidente Prudente, SP, Brasil


1985 Individual, Assembléia Legislativa, São Paulo, SP, Brasil


1985 7º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente, na Pinacoteca do Palácio da Cultura Dr. Pedro Furquim, Presidente Prudente, SP, Brasil


1983 O Trabalho, no Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP, Brasil


1982 Primeira Mostra Nacional de Pintura Popular, na Galeria de Arte do Sesc, Bauru, SP, Brasil


1982 Festa Junina, no Museu do Sol, Penápolis, SP, Brasil


1982 O Desenho na Linguagem Primitiva, no Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil


1982 O Trabalho na Pintura Popular, no Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP, Brasil


1982 Individual, Galeria Brasiliana, São Paulo, SP, Brasil


1981 Individual, no Sesc de Bauru, Bauru, SP, Brasil


1981 Individual, Palácio da Cultura, Presidente Prudene, SP, Brasil


1981 40 Pintores Primitivos, no Museu Guido Viaro , Curitiba, PR, Brasil


1981 4º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente, na Pinacoteca do Palácio da Cultura Dr. Pedro Furquim, Presidente Prudente, SP, Brasil


1981 Seis Artistas Populares, na Galeria César Aché , Rio de Janeiro, RJ, Brasil


1981 10 anos de Paço das Artes, no Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil


1980 Pintura Primitiva de Brasil, no Museu Carrillo Gil, Cidade do México, México


1980 Mostra Gente da Terra, no Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil


1980 1º Salão de Artes Plásticas de Assis - 2º prêmio, Assis, SP, Brasil


1980 Artista Participante - Pintores Populares y 3 Grabadores de Brasil, no Instituto Nacional de Bellas Artes, Cidade do México, México


1979 Concha Acústica de Assis, Assis, SP, Brasil


1979 1º Encontro de Arte, Osasco, SP, Brasil


1978 2ª Semana do Folclore, na Câmara Municipal, São Paulo, SP, Brasil


1976 Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil


1976 Individual, no Clube Recreativo de Assis, Assis, SP, Brasil


1975 Centro de Artes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, Assis, SP, Brasil


1975 Clube Recreativo, Assis, SP, Brasil


1974 Clube Recreativo de Assis, Assis, SP, Brasil


1973 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo, SP - Brasil


1971 1ª Exposição de Artes Plásticas de Assis - menção honrosa, Assis, SP, Brasil


 


Publicações Selecionadas:


2018  Arte popular brasileira: olhares contemporâneos, Editora WMF Martins Fontes, São Paulo, SP, Brasil


2014 Quase figura, Quase Forma, Galeria Estação, São Paulo, SP, Brasil


2012 Jogo dos sete erros | Ranchinho e Rodrigo Andrade, 10 pinturas e 10 versões, na Galeria Estação – São Paulo, SP, Brasil


2002 Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB, São Paulo, SP, Brasil


2000 5ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc,Piracicaba, SP, Brasil


2000 Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil


1998 Catálogo 4ª Bienal Naifs do Brasil, Sesc Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil


1994 Catálogo Bienal Brasileira de Arte Naif, Sesc Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil


1988 Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil


1985 7º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente, na Pinacoteca do Palácio da Cultura Dr. Pedro Furquim,  Presidente Prudente, SP, Brasil


1976 Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil


1973 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil


 


Coleções Públicas / Institucionais:


Serviço Social do Comércio – Sesc, São Paulo, SP, Brasil

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